segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Dias 07 e 08

Dias 06 e 07 (leia-se sábado e domingo). Não há trabalho de coleta de dados nestes dias. É a oportunidade que o pesquisador tem de organizar seus arquivos e, principalmente, sua cabeça. Afinal, foram 5 municípios visitados em uma semana. São muitas coisas e pessoas diferentes todos os dias. É o que se chama de viver intensamente, desde que se dê a importância devida a cada um dos momentos vividos. Senão as coisas passam e, no final das contas, as lembranças acabam resumindo-se aos saguões dos aeroportos... que chato deve ser!!

No sábado pela manhã (hoje é domingo), fiquei no apartamento da pousada organizando melhor minhas coisas do trabalho, ouvindo música, enfim, descansando um pouco da correria dos últimos dias. À tarde fui a um cybercafé recém inaugurado, próximo à praça da igreja. Depois andei um pouquinho pela cidade e voltei para a pousada. O calor era muito forte e o ar condicionado do quarto me pareceu mais atraente que a cidade neste momento.

Lá pelas 7 da noite fui dar outra volta pela cidade. Encontrei algumas pessoas conhecidas na região da praça da igreja e fiquei por lá conversando até às 11 da noite. Dormi logo em seguida e acabei acordando sem querer na hora da corrida, 4 da manhã aqui e 5 em Brasília. Jamais que isso aconteceria em outra situação...

Hoje é domingo, dia de feira. Então, fui à feira. O sol, inclemente, não dava tréguas. Cheguei nas ruas onde as barraquinhas estavam montadas lá pelas 10 horas. É um pouco tarde para uma feira, mas essa ainda estava a pleno vapor. Talvez pela ausência de uma rua extensa na região central da cidade, a feira tinha forma de U, tomando 3 ruas do quarteirão central da cidade.

Esta era uma feira para vendas legumes, frutas, vegetais e produtos afins e não ocorre o mesmo que em outras feiras, ou seja, a venda de panelas, utensílios domésticos e quinquilharias em geral, como vi em São Sebastião – AL, por exemplo. As barraquinhas eram de madeira com uma cobertura de lona verde musgo. Deviam ter 1 metro e meio,no máximo, de comprimento, por 1 metro de largura. Havia ainda muita gente circulando entra as barraquinhas, aparentemente dispostas de forma desorganizada, muito próximas umas das outras, algumas bambas pelo calçamento de pedras irregulares das 3 ruas.

Outra coisa interessante típica de cidades pequenas: o comércio estava aberto. Pude reparar que 90% das lojas de todos os tipos de produtos estavam em pleno funcionamento. Mas, ao contrário da feira, vi muitas lojas vazias, principalmente as de eletrodomésticos.

Há muita gente circulando nas ruas de pedras de Varjota. Muitas bicicletas e, principalmente, muitas motos pequenas. Já estou começando a reconhecer as pessoas da cidade. Muito divertida essa sensação de proximidade em relação a um lugar tão distante em termos, sociais e culturais e distante fisicamente de onde moro.


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No domingo à tarde fui à beira do rio Pereirão, no balneário. Foi divertido, apesar de estar sozinho. Fui de mototaxi, que me cobrou 5 reais - uma fortuna na minha opinião.


Na volta, fiquei piruando uma carona de caminhonete ou caminhão, ambos lotados de gente da cidade. Acabou que quase presenciei uma trajédia. Este caminhão estava com a carroceria quase lotada de gente quando começou a andar para trás, de leve, numa pequena descida. A cara que estava mais perto da boléia até achou que o motorista estava engatando marcha-à-ré, mas não tinha ninguém ao volante. Eu, que estava encostado numa pilastra do bar só observando o movimento, percebi isso e saí correndo em direção ao caminhão. Quando estava pertinho ele parou de repente, e ficou num leve vai-e-vem, como se estivesse escorado em algo. De fato, foi o que aconteceu. Parou numa grande raiz de árvore. Por via das dúvidas, coloquei mais uma pedra grande no eixo da frente. Quando o motorista chegou, abriu a porta (que estava trancada) e notou que a alavanca de freio de mão estava posicionada para que o veículo ficasse sem o freio. Molecagem de algum menino, dizia ele, com cara de poucos amigos.


Bom... pelo menos consegui minha carona. Cheguei às 6 da tarde e fui dormir um pouco.


Mais tarde descobri que o final de semana em Varjota começa na missa de domingo! Fiquei impressionado com a quantidade de gente na Igreja da pracinha. Tinha gente do lado de fora conversando e esperando algo acontecer, como as pessoas ficam na porta de um show ou festa em Brasília. Como se estivessem esperando o evento ficar bom...


No momento em que acabou a missa, estava conversando com o pessoal que conheci na sexta. A pracinha se encheu de gente e aí começou o tradicional desfile de pessoas que já se cansaram de se ver. Mas foi muito legal presenciar este momento, a não ser pelo fato de parecer que eu estava com um holofote no meu pescoço, por motivos obvios... Depois, lá pelas 11 horas (de domingo!) ainda teve uma festinha do dia das bruxas: todos de preto e máscara, se possível.


Enfim, acho que vai ser difícil eu encontrar outro lugar do interior onde as coisas acontecem no domingo à noite... mas vou procurar, se puder!




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